sexta-feira, 17 de junho de 2011

Eu queria um ano tranquilo sabem? Um ano que não fosse como o anterior, cheio de fantasmas assustadores e memórias agonizantes. Pedi, pedi muito para que o meu ano seguinte fosse melhor, mais colorido, mais a meu favor, mais meu amigo no final de contas.
Só para terem noção estava tão esgotada que chegava a perguntar-me se realmente o defeito era meu, se afinal a deslocada era eu... Acabei por descobrir que sim, que era a deslocada, não que era a causadora de toda a minha dor, mas sim a carta fora do baralho. Não pertencia aquela irmandade que eu tanto idolatrava e como toda a gente sabe deixar algo querido custa, e eu como humana que sou, sofri.
Mas os problemas este ano voltaram a aparecer, os fantasmas passavam por mim todos os dias e faziam questão de dizer "Estamos-te a ver" e eu cobarde e melindrosa como sou voltava a ficar assustada. As segundas-feiras eram o meu horror, principalmente no final do dia, apesar de gostar muito dos meus pensamentos nessa altura, tudo o que vinha a minha cabeça eram ideias de como aqueles dois cromos pudessem cair, partir uma perna ou qualquer outro membro do corpo humano... Até que era divertido.
E mais dois fantasmas apareceram.
Foi diferente desta vez, senti que ao contrário do ano anterior tinha mais poder, defendia-me rapidamente e não tinha medo de possíveis injúrias. Ás vez sentia-me um pouco os fantasmas do ano anterior, e com isto vinha a ideia de "não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti " uma boa frase feita mas que não apliquei a regra. E sabem? Não me arrependo, posso ter sido má, talvez tenha excedido limites, tenha sido mal-educada, muito destrutiva, mas não me ia deixar ter outro ano péssimo, então optei por ter um ano razoavelmente mau. Não foi um ano tranquilo, estou cansada. Mas tenho a certeza que o acabei de melhor forma que o anterior, afinal de contas não precisei de comprimidos para dormir nem de ir a médicos.

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